Bruxa Malvada
O processo de criação de um personagem é longo. Construir uma bruxa para o teatro infantil é ainda mais complicado. Senti isso na pele nos últimos dias.
De última hora passei de Cancioneiro/Contador de História à Bruxa Malvada na peça "Feiurinha para Crianças" - concepção de Van César para o texto "O Fantástico Mistério de Feiurinha" de Pedro Bandeira, montado pelo Teatro Ogan.
Entendamo-nos. Um dos integrantes acabou desintegrando-se do elenco de última hora. Assumi o papel imediatamente e pus-me a estudar o personagem, me embrenhei em um emaranhado de complicações, pois não encontrava uma bruxa que não fosse aquela que vira no corpo do antigo 'encenador'.
A bruxa dele era uma espécie de Cigana Moura que falava Portunhol de forma rústica e bizarra. Acabei optando por uma compilação da bruxa [des]estereotipada dele.
Quatro dias depois subi ao palco do Cine Teatro Cuiabá, com o coração nas mãos (que tremiam), não sabia se me concentrava no texto, no sotaque ou na construção física do personagem.
Por fim, decidi-me pelo improviso e fui.
Não ficou a bruxa dos sonhos do meu diretor, mas, tenho certeza, surpreendi até mesmo a ele.
Apesar da compilação, criei, improvisei e acertei. Errei também, mas construi o que parecia impossível e, novamente, me descobri clown. Descobri minha natureza pulsando no palco, pois me deixei ser eu, senti a mim mesmo e construi algo em cima do Eu interior.
E para o Clown isso basta. Estou no caminho certo, eu acho!
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